HOMENAGEM AS REALIZADORAS NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

As primeiras imagens realizadas com o olhar feminino foram da francesa Alice Guy-Blaché (1877 – 1968), que meses após da primeira exibição de cinema em Paris dos irmãos Lumière, realiza o primeiro filme narrativo “A Fada do Repolho”. No Brasil, Cléo de Verberena (1904 – 1972) realiza em 1931 “O Mistério do Dominó Preto”, considerado o primeiro filme dirigido por uma mulher. A Nouvelle vague nos trouxe a belga Agnès Varda (1928 - 2019), que em 2017 recebeu o reconhecimento da Academia Americana, recebendo o Oscar pelo conjunto de sua obra.
Os anos 90 foram marcados pela Neozelandesa Jane Campion, nomeada ao Oscar pelo filme “O Piano” (1993), vencedora de 3 estatuetas entre elas melhor atriz para Holly Hunter, Melhor roteiro adaptado para Jane Campion e Melhor atriz coadjuvante para Anna Paquin, que interpreta Flora McGrath, posteriormente realiza “Retrato de uma Mulher” (1996) com Nicole Kidman. A estadunidense Sofia Coppola, cineasta, roteirista, produtora e atriz, surpreendeu a critica com seu filme de estreia “As Virgens Suicidas” (1999) e Recebe o Oscar de Melhor Roteiro Original por “Encontros e desencontros” (2003).
Na America do sul, as diretoras com um olhar feminista de destaque são Maria Luisa Bemberg (1922 - 1995) com seus filmes “Camila” (1984) e “Eu a pior de todas” (1990). No Peru a prestigiada diretora Claudia Llosa (1976) com seu filme “A Teta assustada” (2009). No Chile a diretora Valeria Sarmiento (1948), companheira de vida do diretor Raul Ruiz com quem conviveu o exilio na França, realiza “Amelia Lópes O’neill” (1990), sobre a vida de uma mulher transgressora de uma sociedade conservadora e machista.
No Brasil, muitos são os nomes de realizadoras que destacam pelo olhar e o engajamento politico em suas realizações. Suzana Amara (1932 - 2020) com seu filme “A Hora da Estrela” (1985), Lúcia Murat (1948), com seus filmes “Que bom te ver viva”(1989), “Quase dois irmãos”(2004) e “Memória que me contam”. Carla Camurati (1960) atriz e diretora que interpretou a ícone do feminismo, Patrícia Galvão no filme “Eternamente Pagú” (1988) de Norma Bengel e dirigiu “Carlota Joaquina” (1995) no processo de retomada do cinema brasileiro. Por último, Petra Costa (1983), militante do cinema e com um olhar encantador e sensível. Surpreendeu-nos com “Elena” (2012) sobre a partida da irmã e recebeu a indicação ao Oscar pelo melhor documentário com “Democracia em Vertigem” (2019), que foi um grito de silencio e desabafo no recente período obscuro da politica brasileira.
Em Goiás a presença de realizadoras deixa-nos orgulhosos pelo engajamento politico e o compromisso social que as goianas nos entregam. Nomes como Rosa Berardo, Larissa Fernandes, Claudia Nunes, Fabiana Assis, Simone Caetano, Alyne Fratari, Cici Pinheiro, Rochane Torres, Marcela Borela e tantos olhares cinematográficos com o selo feminino. No Cineclubismo em Goiás não podemos deixar de mencionar a Cirlene Pereira do Cineclube Bandidas, Helena Carvalho do Cineclube Provocação, Kalu Oliveira do Cineclube Kalunga, Maria Francisca do Cineclube Bauhaus, Carmelita Gomes do Cineclube Canedo, Carolina Paraguaçu do Cineclube Sabiá, Sueli Bernardino do Cineclube Cecilia Meirelles, Ana Luísa da Silva do Cineclube Eldorado do Carajás, Chay Kauana, do Cineclube Cabelo Duro, Tainara Borges do Cineclube Olga Benarios, Silvana Silva do cineclube Senador Canedo, Beatriz Ohana do Cineclube America Nuestra, Deborah Caroline do Cineclube Mais filme e Rossana Klippel do museu Antropológicos da UFG.

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