CINECLUBISMO COMO PROJETO CULTURAL

No edital do Audiovisual do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás deste ano não foi incluído o Cineclubismo. O Estado separou a área de audiovisuais em produção de cinema (curtas, medias e longas) e Festivais, excluindo uma área importante do audiovisual, que conecta a produção ao público. O Cineclubismo sempre foi contemplado no FAC, ainda que superficialmente, é uma das áreas mais importantes no desenvolvimento e formação de público, de crítica e analise artístico, a partir da apreciação cinematográfica que envolve diversas expressões artísticas culturais, como a literatura, interpretação, cenografia, música, dança e fotografia. Além disso, o Cineclubismo aproxima o Cinema realizado no Estado ao público goiano. Uma realidade do nosso Goiás, onde mais de 80% das cidades não possuem cinema ou salas de exibição e o público fica refém dos canais televisivos que priorizam as produções do eixo Rio-São Paulo.
Durante o período de Pandemia da Covid 19, os cineclubes em sua parceria com o Museu Antropológico da UFG, desenvolveram um calendário importante de atividades que incluíam sessões cineclubistas com debate após os filmes, Oficinas de Formação Cineclubista e dos diversos temas afins como educação, literatura, poesia, fotografia e projetos culturais. Realizamos mensalmente o Dialogo Cineclubista interagindo com realizadores, educadores, representantes de Festivais e artistas em geral. Fizemos o “Encontro de Cinema e Educação” que neste ano, esta em sua 9ª temporada, aproximando o cinema e a educação. Produzimos Encontros Cineclubistas estaduais, regionais, nacionais e um sul-americano. Colocamos o Estado de Goiás em um papel de importância e protagonismo a nível nacional com a presença de um goiano na Vice-presidência do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC), uma instituição que cumpre 62 anos de participação ativa na cultura e no cinema brasileiro.
A consolidação do audiovisual goiano deve permear todas suas instancias, tanto de produção como de formação e exibição, sendo assim, o fortalecimento do Cineclubismo deve ser através das leis de incentivo e do Fundo de Cultura como acontece em outros estados. O Cinema goiano deve ser conhecido pela população goiana através de um projeto de interiorização cultural onde os cineclubes estão sempre ativos com parcerias e cineclubes em cidades como Acreúna, Alexânia (Olhos d’Agua), Anápolis, Aparecida, Aragarças, Caldas Novas, Catalão, Ceres, Faina, Formosa, Goiás, Itumbiara, Jataí, Pirenópolis, Rio verde, São Miguel do Passo Quatro, Senador Canedo e outras cidades onde poderíamos quadruplicar as experiências de vivenciar o cinema goiano. Transformando o Estado de Goiás em um grande polo de produção e exibição audiovisual.
Os cineclubes com suas parcerias desenvolvem um papel fundamental no fortalecimento do imaginário cultural goiano, dando a conhecer ao público imagens locais, sua cultura e tradição, preservando os valores e rituais de um estado que se encontro no Coração do Brasil.
Viva o Cineclubismo e o Cinema Goiano.

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