CINECLUBE BANDIDAS

Um grupo de mulheres se reúne a través de um aplicativo para debater temas e coordenar ações que envolvem seus interesses, entre eles sua rotina, entretenimentos e os diversos temas que envolvem o mundo feminino. Chamaram-se Bandidas, pelo caráter clandestino que aqueles diálogos envolviam. Em sua maiorias eram educadoras do CMEI Padre Vitalis, onde tiveram contato e participaram do Cineclube Bernardone. O Objetivo principal é levar as mulheres a sair de casa, de sua rotina, conversar vários assuntos, entretenimento, mais também levar as pessoas a um senso crítico sobre diversos assuntos.
A primeira sessão do Cineclube foi na Sala João Bennio da Vila Cultural Cora Coralina, no dia 21 de fevereiro de 2015, com o filme do diretor Marcus Baldini, “Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou”, uma comedia global que foi sugerida por uma das integrantes do Cineclube. O público são as mulheres, porem é aberto a todo espectador, exceto algumas sessões especiais. A curadoria é realizada pelos integrantes do cineclube, sendo aberto a todo gênero cinematográfico, não se definem como feminista, porem aborda a temática feminina.
As Bandidas realizam sessões em parcerias com espaços culturais como a Vila Cultural Cora Coralina, o Espaço Sonhus, a catedral das Artes e o Museu Antropológico da UFG, assim como em conjunto com os cineclubes goianos, tais como Kalunga, Fringe, Imigração e participa da União de Cineclube de Goiânia, na figura de sua coordenadora e responsável, Cirlene Pereira de Jesus, e suas principais parceiras são Gislene Mendes, Heulieny Nobre, Rosiane Aparecida e Daniany Barbosa.
Cirlene é natural de Itacaja, no Tocantins, casada e mãe de tres adolescentes, educadora do CMEI Padre Vitalis, integrante do Cineclube Bernardone e participou em 2014, do Encontro Anápolis de Cineclube, onde teve contato com o Cineclubismo do Centro-Oeste, em maio participou da tentativa de criação da União Goiana de Cineclubes na Vila cultural Cora Coralina, sendo escolhida como Secretaria Geral, no ano seguinte, participou da 29º Jornada Nacional do Conselho Nacional de Cineclubes em Itaparica na Bahia. Cirlene tem participado dos diversos Encontros Estaduais e se consolida na liderança do movimento cineclubista goiano.
Na Revista “Elas por Elas” de junho de 2016, editado por e para mulheres, publicado pelo Sinpro Minas pela jornalista Débora Junqueira, na reportagem ‘Um novo olhar sobre cinema, O feminismo encontra cada vez mais espaço no movimento cineclubista’, diz “Há também os cineclubes que reúnem somente mulheres para assistir e debater produções audiovisuais de cunho feminista. Um exemplo é o Cine Bandidas, de Goiás, que iniciou a partir de um grupo de Whatsap, formado por amigas que discutiam pelo aplicativo temas do cotidiano. Com o Objetivo de reunirem-se pessoalmente, foi criado o cineclube batizado, em tom e brincadeira, com o mesmo nome do grupo virtual que faz referencia a um termo popular usado para rotular a postura de mulheres que tem atitudes consideradas fora dos padrões convencionais. A coordenadora do cineclube trouxe a experiência a partir do cineclube que envolve crianças na escola infantil onde trabalha. Ela conta que, no inicio do cineclube, o marido de uma delas ficou com ciúmes e quis acompanhar a esposa na sessão, que normalmente era só para mulheres. Nesse dia o debate foi sobre um filme que abordou a Lei Maria da Penha, sobre violência doméstica. Segundo ela, a participação de um homem causou certo constrangimento e as sessões continuaram fechadas, só para mulheres. Estamos fazendo uma boa troca de experiências, contribuindo para a emancipação das mulheres”
O Cineclube Bandidas tem sido representado em eventos como Festivais, onde foi premiado no Acreúna Festival Internacional de Cinema de 2019, como melhor filme destaque, com “Pesadelo em Jogo” e também foi premiada no Festival de Filmes de Faina, pelo filme “Futuro? Deixo pra depois”. No mesmo ano, Cirlene Recebeu reconhecimentos especial pela Câmara Municipal de Goiania, pelo “Dia do Cineclubista” e pela Assembleia Legislativa de Goiás pelo seu importante papel cineclubista no “Dia Mundial do Cinema”. Atuou em filmes como “Terra Rasgada” do realizador Noé Luís da Mota e ”Os lírios não murcham” de Júlio Mota. Participou no Festival Curta Canedo de 2018, na Roda de Conversa de Lideres femininas em debate no Brasil o tema “O cinema pelo fim da Violência a Mulher” e em 2019 com o tema “O cinema pela Igualdade e a Valorização da Mulher”.
O Cineclube Bandidas desde seus inicios ocupa um lugar especial no movimento cineclubista, reafirmando o papel da mulher e a importância e destaque que o cineclube vem desempenhando no estado de Goiás.

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