3º Ciclo de Cinema de Pedro Almodóvar

O Cineclube Imigração realiza o “3° Ciclo do Cinema de Pedro Almodóvar” em homenagem ao aniversario do realizador manchego, que nasceu no dia 24 de setembro. O Cineclube Imigração em parceria com o "Projeto Cinema no Museu" do Museu Antropológico da UFG e do "Museologia com Pipoca" comemoram os 70 anos com um ciclo de tres filmes de décadas diferentes, mostrando a evolução cinematográfica do realizador.

A produção do realizador espanhol começa no período da “movida madrilena”, mostrando uma Espanha prestes a entrar a comunidade europeia, fechando o ciclo da presença autoritária do regime franquista, concluído em 74, é mostrando uma juventude autônoma de sua sexualidade, sem projeções profissionais e interagindo com as drogas duras. Uma juventude transgressora do conservadorismo vencedor e interagindo com uma democracia que, mais tarde se descobriu corrupta e desinteressante, dando origem aos movimentos anarquistas “Okupas”. Almodóvar inicia sua cinematográfica nos anos 80, “Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón”, onde seus personagens femininos apresentam uma personalidade forte e independente, mesmo apaixonadas e desesperadas, o universo feminino se manifesta nas interpretações das musas de Almodóvar, as espanholas Marisa Paredes de “Tacones Lejanos”(1991), Victoria Abril de “Atame”(1989), Carmen Maura de “Mujeres al borde de um ataque de nervios”(1988), Penélope Cruz “Abrazos Partidos”(2009) e a maravilhosa Rossy de Palma de “Julieta” (2006), assim como a portenha Cecilia Roth de “Todo sobre mi madre”(1999).

O Cinema espanhol e muito rico pela sua versatilidade, originalidade e sua militância. O diretor Carlos Saura (1932-2006) é um bom exemplo disso, com sua trilogia politica em “Cria cuervos”(1976), “Ana y los lobos”(1973) e “Mamá cumple 100 años”(1979). Em “Bodas de Sangre”(1981), “Fados”(2007) e “Tango”(1998) que representam sua vertente musical que é tão maravilhosa como a politica. Outro diretor de importância é Alex de la Iglesia (1965) realizador anarquista e transgressor com “El dia de la Bestia”(1995), “Balada triste”(2010) e “El Bar”(2017). Pacco Plaza (1973) com as series de terror “Rec”(2007), “Rec 2”(2009), “Rec 3-Genesis”(2012), “Rec 4-Apocalise”(2014) e “Veronica”(2017). Finalmente o grande mestre, Luis Buñuel (1900-1983) realizador de “El Perro andaluz”(1929), “Belle de Jour”(1967) e “Le Charme Discret de la bourgeoisie”(1972). Outros diretores espanhóis Alejandro Amenábar (1972),Fernando Fernán Gómez (1921-2007), José Luis Cuerda (1947), Jaume Balagueró (1968) são uma mostra da nova safra do cinema espanhol.

O Ciclo começa na terça-feira, 1º de outubro às 19 horas, no Mini auditório do Museu Antropológico , na Avenida Universitária, 1166, Setor Leste Universitário. O Ciclo começa com “Mujeres al borde de un ataque de nervios” de 1988, o primeiro grande sucesso com reconhecimento internacional, indicado ao Oscar, como melhor filme estrangeiro, globo de Ouro e BAFTA. Estrelado por Carmen Maura, Antonio Banderas e Rossy de Palma, narrando os estremos e limites de mulheres apaixonada. No dia 8, exibiremos “Todo sobre Mi Madre” de 1999, um filme desgarrador, relacionado com a perda, o esquecimento e o sofrimento. Talvez um dos filmes mais maduros do Almodóvar que rompe com as temáticas e a leveza que o diretor desenvolvia em seus filmes anteriores, mesmo com a excentricidade de seus filmes. Interpretada por Cecilia Roth, Penélope Cruz e Fernando Fernán Gómez, fazem este filme um marco em interpretação, roteiro e principalmente com Barcelona como palco desta trama. Oscar ao Melhor filme estrangeiro, premiado com o Globo de ouro e o Goya. Finalmente no dia 15, Julieta de 2016, novamente a temática da perda e da depressão ronda a cinematográfica almodovariana. Um filme onde a presença do argentino Dario Grandinetti, de “hable con Ella”(2002) e Rossy de Palma são os atores mais conhecidos do filme. Neste filme Emma Suárez recebe o premio Goya de melhor atriz e Pedro Almodóvar recebe o Premio Platino de melhor diretor. O Ciclo é gratuito e os assistentes receberão certificação de 3 horas culturais pela Universidade federal de Goiás.