CINECLUBISMO E EDUCAÇÃO

O objetivo do Cineclubismo é a formação de público, a partir do analise, debate e apreciação de filmes, como forma de expressões artísticas e culturais da interpretação da realidade. Podemos definir o papel do cineclubismo no âmbito da educação popular, não formal, mas o cinema e a educação são elementos que se complementam. O Senador Cristovam Buarque apresentou a lei 13.006 que estabelece a obrigatoriedade da exibição de duas horas de cinema brasileiro por mês nas escolas fundamentais de todo o território nacional. Porem os professores não receberam formação audiovisual na universidade e seus pares percebem a exibição de filmes como perda de tempo ou simples enrolação. Países vizinhos, como Argentina e o Chile, com índices de IDH melhores que o do Brasil, incorporara o cinema como matéria obrigatória no sistema formal. No caso do Chile, a Cinemateca chilena oferece a formação de analise cinematográfica para professores da rede pública e particular é incentiva à criação de Cineclubes escolares em todo o país, enquanto que na Argentina o Cinema é uma matéria obrigatória no ensino fundamental, talvez por isso Argentina e o grande referente do cinema latino-americano.
O Cineclubismo goiano tem uma participação importante pelo seu trabalho com as escolas. Podemos definir três atividades que caracterizam a participação dos Cineclubes na educação, uma delas é o Cine-Foro, espaços de exibição de filmes com debate onde existe um moderador que incentiva a analise de temáticas diversas dentro de um filme. Estes espaços devem ser ativos, democráticos e tolerantes, para não inibir os participantes. Uma segunda atividade, esta relacionada com as oficinas de produção audiovisual. A produção de vídeos nas escolas é uma forma de renovar as práticas pedagógicas, assim como as ferramentas de avaliação e finalmente o terceiro é a realização de festivais de cinema educativos, fundamentalmente com os filmes realizados nas oficinas cinematográficas, sendo assim o processo nas escolas abarca os três processos, observação (Cine-foro), realização (Oficinas audiovisuais) e exibição (Festivais).
Em Goiás, alguns Cineclubes estão diretamente relacionados com a educação formal. Em Acreúna, o Cineclube 7ª Arte, nasce a partir da Biblioteca Municipal da Secretaria de Educação de Acreúna, realizando sessões com escolas municipais e fazendo parcerias para estimular os jovens na atividade audiovisual. Em Anápolis, o Cineclube Xícara da Silva tem uma parceria com o SESC Jundiaí para a formação audiovisual, que realiza no “Anápolis Festival de Cinema”, o “Encontro de Cinema e Educação” em 2014 e sete edições do “Encontro de Cineclubes de Anápolis”, que agregam os cineclubes de todo estado. Em Aparecida de Goiânia o Cineclube Aparecida, realiza há dez anos o FIVAC, Festival Intercolegial de Vídeo Ambiental e Cidadania. Em Goiânia, o Cineclube Sinpro, do Sindicato dos Professores de escolas particulares, desenvolveu entre 2013 e 2014, um Cineclube voltado para debater o papel do professor na educação goianiense. A partir do Sinpro, nasce o Cineclube Imigração, que realiza diversas parcerias com colégios públicos e particulares para desenvolver diversas atividades culturais e pedagógicas que envolvem a educação. Entre elas “oficinas de Cinema, Cineclube e Educação”, o festival escolar do colégio Unosales, o “Clube do Professor” e parceria com o projeto “Cinema no Museu” uma parceria de mais de nove anos com o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás.
Railton Nascimento, Presidente do Sinpro GO, Andres Moons, realizador paranaense, e Francisco Lillo, cordenador do Encontro de Cinema e Educação.
O Cineclube Imigração realiza todos os anos o “Encontro de Cinema e Educação” que em 2019 realizará a 7ª Edição. O Encontro foi criado para aproximar realizadores e educadores que querem transformar a educação. Nestas seis edições do Encontro de Cinema e Educação, foram apresentados 36 projetos, com a participação de sete cidades, seis cineclubes, dois espaços culturais, sete festivais que envolvem a educação, sete projetos escolares e um público total de 220 espectadores. Os eventos aconteceram na Vila Cultural Cora Coralina, no Cine Cultura e no Museu Antropológico da UFG. O Encontro é um espaço de exibição e dialogo entre os atores culturais com o fim de abrir novas oportunidades para realizadores e assim poder desenvolver novas metodologias para a educação de Goiás.

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