CONHECENDO OS CINECLUBES EM GOIÁS

A história do Cineclubismo em Goiás remonta aos anos 60, de acordo com o livro “Centenário do Cinema em Goiás, 1909-2009” do cineclubista Beto Leão, com a criação do Cineclube Centro de Cultura Cinematográfico (CCC) em 1966, outros cineclubes nasceram posteriormente, entre eles, Cineclube João Bênnio, Nuestra América, Santa Helena, Paraiso, Cenarte e principalmente Cineclube Antonio das Mortes, nos anos 70 e sua importância, reconhecida nacionalmente, pela pesquisa realizada por Marina da Costa Campos, Mestre de Pós-graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos.
Novos cineclubes abriram e fecharam no século XXI, O Cineclube Cascavel teve um papel importante, junto a ABD/GO, na retomada do Cineclubismo em Goiás. A abertura do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás, criou o primeiro cineclube do curso com o nome de “Kalunga”, atualmente “Laranjeiras”, um projeto Acadêmico que tem 10 anos de funcionamento e continuidade durante o ano letivo. O Cineclube Xícara da Silva de Anápolis é um dos cineclubes mais atuantes do Estado, participa da realização do Anápolis Festival de Cinema e do Encontro Anápolis de Cineclubes que neste ano realizou a oitava edição do Festival e a sétima edição do Encontro. Acreúna apresenta o Cineclube 7ª Arte, uma parceria com a área de cultura e educação do Município que atualmente realiza o II Acreúna Festival Internacional de Cinema (AFIC), que promove uma categoria para a realização Cineclubista e neste ano realizará o III Encontro de Cineclube de Acreúna, entre 26 e 27 de abril, nesse encontro, será eleita a nova diretoria da União de Cineclubes de Goiás.
Os Encontros de Cineclubes são espaços de integração e interação entre os cineclubes do estado para realizar a troca de experiências e fomentar estratégias de fortalecimento e crescimento desta importante atividade da cadeia audiovisual. No III Encontro de Cineclubes no Fica em 2016, o tema discutido foi “Cineclubes Goianos: o que Somos, o que nos Move, o que nos Une, o que Queremos”, se definiram alguns pontos para serem desenvolvidos, tais como, retomar o Comitê Gestor da União de Cineclubes Goianos, aprimorar os veículos de comunicação em redes sociais, tais como, Facebook, youtube, Blogs, entre outros, fortalecer ações Cineclubistas do Estado, fortalecer as relações nacionais com o Conselho Nacional de Cineclubes/CNC, prosseguir com o mapeamento dos Cineclubes ativos em Goiás, elaborar um acervo histórico dos Cineclubes em Goiás, criação de uma Rede de Lançamentos e Circuito da Produção Audiovisual Goiana, ampliar o Intercambio Internacional entre Cineclubes, compartilhar todo material audiovisual, bibliográfico, fotográfico e iconográfico sobre Cinema e Cineclubes Goianos, levantamento do número de audiência dos Cineclubes Goianos, formalizar os Cargos e Funções do Comitê Gestor da União de Cineclubes Goianos e promover Encontros de Formação Cineclubistas.
A União de Cineclubes de Goiânia é uma das Associações que reúnem os Cineclubes do Estado, conformada por sete cineclubes, que seguem as referencias do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) que são a gratuidade de suas sessões, a periodicidade e que seja democrático nas escolhas dos filmes e em sua organização. Os Cineclubes que fazem parte da União Metropolitana. O Cineclube Bandidas, coordenado por Cirlene Pereira de Jesus, desde 2015, exibe filmes com a temática feminina. O objetivo principal é levar as mulheres a sair de casa, de sua rotina, conversar sobre vários assuntos, entretenimento, mais também levar as pessoas a um senso crítico sobre diversos assuntos. Já realizou varias parcerias é representou o Cineclubismo Goiano no 29º Encontro Nacional de Cineclubes em Itaparica, na Bahia, em 2015. Em Goiânia faltava um cineclube com caraterísticas singulares e no mês de Agosto de 2017 depois de um filme do Cineclube de la Muerte, se uniram três amigos com vontade de criar um cineclube com temática de Cine B, filmes de baixo orçamento. O nome do cineclube foi um jogo de palavras de Cineclube mais a letra “B” de cine B ficando como “CinecluB”. Com isto resgataram aqueles clássicos da historia do cinema nesse âmbito. O maior incentivador foi Coelho Nunes, mestre nessa arte de cinema B, junto a Albérico Nogueira e Rafael Sepúlveda que adoram esse tipo de filmes. Mais tarde no segundo semestre de 2018 Rafael Sepúlveda e Coelho Nunes ficaram como organizadores oficiais do cineclubes. O Cineclube Catedral das Artes, do Centro Cultural Homônimo, que funciona desde 2013. Coordenado por Noé Luiz da Mota, Eudaldo Guimarães e William Spalla. Dedicado a exibir filmes de todos os gêneros, dedicando uma atenção especial para os filmes goianos. O Cineclube Fringe, de Senador Canedo, dedicado ao Cinema juvenil, super-heróis é filmes que permitam fazer questionamentos existenciais. Seu Coordenador é Jacob Melo Alexandrino. Sua primeira sessão foi em 2016, no CEU do Setor das Oliveira, com o filme “Matrix”.
O Cineclube Imigração, criado desde 2015, exibe filmes com temáticas voltadas a Educação e ao Cinema latino-americano. Realiza o Ciclo de Cinema Político. Fez parcerias com Escolas públicas e particulares, para a realização de Sessões de Cinema Goiano e visitação no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Realizou o “Circuito Goiano de Cineclubes e Salas Alternativas de Cinema”, onde fez sessões do filme “A Menina de Barro” nas cidades de Acreúna, Aparecida, Caldas Novas, Goiânia e Itumbiara. Realiza “Oficinas de Cinema, Cineclubismo e Educação” em diversas cidades e cineclubes, assim como participar em Festivais e Encontros Cineclubistas.
O Cineclube Kalunga visa ser uma atividade de educação cultural, de conscientização política e bem estar da população, trazendo como sua principal caracterização, a inclusão da base popular como seu público na busca da construção de conhecimento na causa de justiça racial. De maneira bastante dinâmica o Cineclube Kalunga se propõe, a utilizar para além da exibição de filmes, o diálogo com o público, debater as diversas situações de racismo retratadas nos filmes e que são situações corriqueiras do cotidiano da vida real. Logo, entende-se que a programação proporciona familiarização com o debate de justiça racial e conscientização da necessidade de codificação das diversas maneiras da manifestação da violência racial. O cineclube Kalunga Goiás criado a partir do Coletivo Negro Universitário (CONU) da Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2018. O cineclube é coordenado pela estudante de medicina e Kalunga Hellen Stephanye Rosa de Oliveira pertencente da comunidade quilombola Engenho II. O nome do cineclube é em homenagem à comunidade Kalunga do estado de Goiás, que por muitos anos foi marginalizada e esquecida.
O Cineclube Vingador Tóxico é um espaço de exibição e debate de filmes com temáticas de entretenimento nas linhas POPs e às vezes extremas como Trash, fomentando a cultura cinematográfica. O nome do Cineclube foi uma homenagem a um dos filmes CULT dos 8O’s, como" THE TOXIC AVENGER", em português "VINGADOR TÓXICO", um dos piores filmes trash/Gore da historia criado pela TROMA Entertainment é considerada hoje a mais antiga produtora independente em operação em todo o mundo. Os fundadores do cineclube são Rafael Sepúlveda e Géssica Villas Boas, com temáticas mais populares onde alguns filmes tiveram alta audiência e às vezes pouco conteúdo, mas o jeito era entreter. É criado em fevereiro de 2017 e a primeira sessão foi em março 2017 com o filme Vingador Tóxico. Na cidade de Goiânia-GO.
O Cineclubismo em auge e crescimento, com importantes projeções de destaque, como a proposta de criação do “Dia do Cineclubismo” que foi apresentada na Câmara de Vereadores de Goiânia, pelo Vereador Kleybe Morais, a realização de Encontros Cineclubistas em Cidades que não tenham cineclubes, fomentando assim a criação de novos cineclubes, a realização do “Dia Internacional do Público” no dia 10 de maio, realização da 3ª Feira do Cinema Goiano na Catedral das Artes e a realização do VII Encontro de Cinema e Educação.

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