O CINECLUBISMO NO SINDICATO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS PARTICULARES EM GOIÂNIA.

A Educação é um dos principais parceiros dos Cineclubes, principalmente por entender que a Educação e um foco importante para a criação de público e onde as iniciativas Cineclubistas são direcionadas pela grande presença de professores que participam destas instituições e que incorporam o Cinema como ferramenta de construção do conhecimento de forma visual, lúdica e estética. Os Cineclubes são criados em diversas instituições sociais, culturais e artísticas. Os Sindicatos são mais uma dessas instituições que utilizam o cinema como uma experiência de intercambio de ideias, incentivo da cultura e das artes e estimula a participação dos seus integrantes para desenvolvimento intelectual, social e cultural. Em Goiânia, o Cineclube do SINPRO-GOIÁS desenvolve uma pratica integrada formada na exibição de filmes voltados a educação formal e informal, para debater a vida e experiência docente para salientar a importância deste Professional na construção de uma sociedade mais igualitária e equitativa. Capacitar os professores na pratica docente e incorporar a utilização do cinema, tanto na produção como exibição de peças audiovisuais. Finalmente a realização de um Seminário denominado “Cinema e Educação” para integrar realizadores de projetos audiovisuais e educadores, integrando e incentivando estes atores e a parceria para a realização do Festival de Vídeo Educativo na cidade de Aparecida de Goiânia.
BREVE HISTORIA DO MOVIMENTO CINECLUBISTA GOIANO
O Movimento Cineclubista em Goiás é uma resposta à repressão da ditadura militar, que reunia cinéfilos para assistir filmes do circuito alternativo e que estimulou a produção audiovisual regional. Alguns dos incipientes Cineclubes dos 70 que encontramos é o Cineclube Antônio das Mortes que em parceria com a Adulf da UFG, desenvolveu a Mostra de Cinema “O Amor, a Morte e as paixões”, que até os dias de hoje acontece no cinema Lumière do Shopping Bouganville. Nos anos 80, O Cineclube João Bennio (CJB), realizava diversas mostras e projetos audiovisuais, estimulando o Cinema na Cidade. Em 92, os integrantes do Cineclube Beto Leão e Eduardo Benfica, realizam o documentário –“Goiânia, do Batismo à Modernidade”. A Seção Goiás da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas (ABD) e criada em 1985, e reunia uma quantidade importante de cinéfilos e cineclubistas. Outros cineclubes foram o Cineclube Nuestra América, criado em 1983 na antiga Escola Técnica Federal de Goiás (atual IFG). O Cineclube Paradiso, criado em 2005, que desenvolveu o “Projeto Café com Cinema”, promovido pelo Clube do Professor. O Cineclube Cenarte, fundado em 2004, promoveu ciclos de cinema brasileiro que abordam o tema racial. O Cineclube Cascavel constituiu um espaço de reflexão e debate a traves de ciclos de cinema difundindo e estimulando a produção goiana. Na atualidade os Cineclubes em Goiânia são o Cineclube Bernardoni, do CMEI Padre Vitalis na Nova Vila. O Cineclube Laranjeiras, realizado pelos alunos de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), no Setor Laranjeiras. Em 2014 começaram as atividades do Cineclube imigrAÇÃO que realiza suas sessões na Vila Cultural Cora Coralina, debatendo filmes com temáticas relacionadas à imigração em Goiânia. O Cineclube Zabriskie, da Companhia de Teatro do mesmo nome e que se localiza no setor Pedro Ludovico. O Cineclube do Espaço Culturama, no Setor Bueno. O Cineclube da Faculdade de Medicina da UFG, que debatem filmes de temáticas diversas no Campus do Setor Universitário e o Cineclube da catedral das Artes, no Setor Santa Genoveva e que conta com a participação de um dos principais expoentes dos Cineclubes Goianos, Eudaldo Guimarães, um dos fundadores do Antonio das Mortes. A União dos Cineclubes de Goiás foi criada em junho de 2014 com a finalidade de organizar os cineclubes do estado e realizar as proposições definidas no III Encontro de Anápolis de Cineclubes; e desenvolver as ações e objetivos para a formação, organização e difusão do movimento cineclubista em Goiás. A União dos Cineclubes foi organizada e confirmada por cineclubes das cidades de Goiânia, Anápolis e Acreúna.
O CINECLUBE CHEGA AO SINDICATO DOS PROFESSORES
O papel do professor no processo educacional o transformou em uma ferramenta essencial na formação de jovens e um referencial importante na sociedade brasileira. O excesso da carga horária, as noites de correção de provas e planejamentos que muitas vezes são exigências institucionais que acabam extraviadas em uma estante da coordenação. A falta de motivação, o excesso de trabalho e a ausência de espaços de interação intelectual e recreativa fazem do Projeto de Cineclube uma opção interessante para os professores. A transformação da sociedade passa por um dos eixos mais importantes do Estado brasileiro que é a educação. Melhorar os níveis e resultados dos estudantes depende de criar novos estímulos e desenvolver novas estratégias educativas. A incorporação de novas metodologias como a inclusão dos meios audiovisuais no sistema educativo, estimula a compreensão e análise das informações que proveem dos diferentes meios interativos que os jovens têm acesso. O Sinpro Goiás é uma entidade autônoma, desvinculada do Estado e sem fins lucrativos, constituída para fins de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria profissional dos professores, no estado de Goiás, em escolas privadas. Criada em 1961, com sede em Goiânia, no setor Leste Vila Nova. Entre suas finalidades estão a de unir todos os trabalhadores da base de luta em defesa de seus direitos e interesses imediatos, incentivar o aprimoramento cultural, intelectual e profissional do conjunto dos trabalhadores da base. Sendo assim, a realização de um Projeto de Cineclube que se justifica de forma a completar as ações de integração e parceria com outras instituições culturais e educacionais. O Sinpro Goiás, em 2013, iniciou a parceria com o Cineclube Imigração, uma instituição dedicada ao tema do processo migratório na Cidade de Goiânia. A primeira atividade realizada entre ambas as instituições foi “O 1º Encontro de Cinema e Educação” na cidade de Goiânia. Um evento que reunia realizadores de projetos culturais, estabelecimentos educacionais, educadores e instituições de formação audiovisual. Esta atividade permitiu realizar um mapeamento de futuros parceiros para a realização de um projeto audiovisual do Sinpro Goiás. O Encontro se realizou no Cine Cultura no mês de setembro e definiu uma parceria do sindicato e a criação do Cineclube. Em 2014, e criado o Cineclube Sinpro Goiás a través da realização de sessões de Cinema com a temática educacional e o primeiro filme exibido foi o filme canadense “O que traz boas novas” (Messier Lahzar), do diretor Phillippe Falardeau, uma narrativa sobre um refugiado político argelino que se apresenta em um colégio como substituto de uma professora que cometera suicídio devido a uma depressão endêmica. A diversidade cultural, as relações entre os alunos e professores, as regras próprias do sistema educacional e a dificuldade dos alunos com a culpa pelo suicídio da professora. As sessões do Cineclube são mensais, com a presença de professores, alunos de pedagogia e licenciatura e público em geral. Realiza-se uma apresentação do filme antes do filme, e ao termino deste realiza-se um debate onde se comentam e compartilham experiências sobre a vida acadêmica e as dificuldades e bondades da vida do professor.
As atividades do Cineclube do Sinpro foram a exibição de 4 sessões de cinema, além de “O que trás boas novas”, também houveram o filme Frances de 2008, “Entre os muros da escola” do diretor Laurent Cantet , O filme alemão de 2008, “A Onda” do diretor Dennis Gansel, e o filme de 2006, “Pro dia nascer feliz”do brasileiro João Jardim. Todos os filmes relacionados com a vida profissional e a vocação a educação, com os problemas e o questionamento dos jovens e educadores no entorno educacional. No dia 16 de junho de 2014, o Cineclube Sinpro Goiás realizou uma homenagem ao realizador audiovisual e Artista plástico paranaense Andreh Moons que desenvolveu dois projetos educativos durante os anos 2013 e 2014, na cidade de Aparecida de Goiânia. O primeiro projeto realizado na Escola Estadual Itagiba Dornelles, o filme “You Raise me Up”, com a participação dos jovens do setor do residencial Mabel, jovens com vulnerabilidade e risco social. O segundo trabalho realizado no Centro Educacional em Período Integral Cecília Meireles, com o filme “Se não houver amor, não haverá Amanhã”. A homenagem significou o reconhecimento à dedicação do artista que realiza um trabalho significativo para jovens com poucas perspectivas em risco de vulnerabilidade econômica e social. No dia 25 de novembro de 2014, na Vila Cultural Cora Coralina, na sala multimedial João Bennio, realizou-se a “2º Encontro de Cinema e Educação” realizado em apenas um dia, o Encontro reuniu nesta atividade, realizadores e professores que compartilharam experiências e parceria. O Professor Joab Silas com trabalhos aplicados por alunos do Colégio UnoSales e Decisão, explorando temas sobre “a Teoria do Caos”. Danielle do Carmo representou a ONG Casa da Arvore com o projeto “E se eu fosse o autor”, um trabalho realizado com escola do município de Senador Canedo. Andreh Moons apresentou seu trabalho com jovens com vulnerabilidade social e apresentou seu vídeo “Se não houver amor, não haverá amanha”. A Produtora Fractal Filmes, na pessoa de Joelma Paes, apresentado o Festival Câmera Cotidiana, um projeto desenvolvido com professores que reproduzem as oficinas de cinema e estimulam a criação de vídeo com escolares. Ruyter Fernandez, do município de Acreúna, apresentou a retrospectiva do Cineclube 7ª Arte, uma instituição da secretaria Municipal de Cultura do Município de Acreúna e sua participação no Festival Câmera Cotidiana, onde receberam uma premiação no evento. Finalmente a apresentação do Centro Educacional de Período Integral Cecília Meirelles, com a participação das professoras Suely Bernardino e Lilian Rios. O ano de 2015 se iniciou com a realização e participação no 1º Encontro da União de Cineclubes Goianos, no dia 27 de fevereiro, na sala de audiovisuais, onde se realiza o projeto Cinema no Museu, do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Neste Encontro se definiram as atividades e metas a serem alcançadas pela União no presente ano. Entre eles as propostas de realizar atividades desenvolvidas para professores, educadores e estudantes de licenciaturas e pedagogia. As sessões no primeiro semestre, foram os filmes “o Substituto” de 2011, filme do americano Tony Kaye, o Chinês “Nenhum a Menos” de 1998, do diretor Zhang Yimou, o filme argentino “A Educação Proibida” de 2012, do diretor Germán Doin e o filme brasileiro “O Contador de Historias” de 2009, de Luiz Villaça. Todos os filmes estão relacionados com a temática educacional, o estimulo do professor e a rotina dos acadêmicos em sua cotidianidade, suas frustrações e projeções podendo servir de um espaço para recreação e interação entre professores e futuros integrantes do mundo acadêmico. Em 24 e 25 de abril se realizou no Memorial da América Latina, em São Paulo, a Oficina “A Historia do Chile através das Lentes Cinematográfica” uma experiência direcionada a Comunidade Chilena de São Paulo. Devido aos contatos do Cineclube com a parceria ao Cineclube Imigração o Cinema Chileno e Latino Americano outras atividades serão realizadas, como a apresentação do texto “O Chile no Cinema Político do Brasil” no V Encontro de Pesquisadores de Cinema Chileno e Latino-Americano realizado em Santiago do Chile nos dias 27 a 30 de abril. Em 30 de junho a 04 de julho o Sinpro em parceria com o Cineclube Imigração, o Cine Cultura e a Embaixada Chilena em Brasília, se realizou em Goiânia o “Ciclo de Cinema Chileno Novo”, fazendo uma mostra dos realizadores jovens chilenos com menos de 35 anos. E o Ciclo de Cinema Latino-Americano na Vila cultural Cora Coralina, entre 01 a 07 de julho com filmes da Argentina, a Bolívia, Chile, México e Peru. As “Oficinas de Cineclubismo, Cinema e Educação” realizadas pelo Cineclube Sinpro Goiás, foram realizadas na cidade de Goiânia, na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, para os alunos do Curso de Pedagogia, no dia 08 de maio de 8 a 12 horas. A Oficina em Anápolis também foi direcionada para alunos do Curso de Pedagogia e, além disso, participaram alunos de historia e áreas afins. Esta última oficina foi realizada entre os dias 25 a 31 de maio, no IV Encontro Anápolis de Cineclubes. O Cineclube Sinpro Goiás apresentou neste evento no seminário sobre Cineclubismo em Goiás, o papel do Cineclube no estado de Goiás e sua importância para a Educação e Cultura.
CONCLUSÃO
O Cineclube Sinpro Goiás desenvolve um trabalho que estimula a utilização do cinema na educação, compartilha e desenvolve metodologias voltadas para a educação na confecção de vídeos e utilização do cinema na sala de aula, para debate e analises de filmes e melhor compreensão do conteúdo estudado e finalmente para socialização da atividade pedagógica por parte dos professores, assim como orientação para novos professores nas praticas acadêmicas. O Cineclube do Sinpro tem uma projeção importante na transformação da metodologia educativa e experimental na transformação do estado de Goiás em um polo de desenvolvimento do Cinema e o Cineclubismo como eixo de transformação da educação e da sociedade brasileira. A partir do Slogan do Governo Federal, “Brasil pátria educadora”, a educação e a única forma de transformação do pais em uma potencia mundial.

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