“A Mulher Fantástica”

Depois de assistir o filme chileno “A Mulher Fantástica” e compartilhar com o debate no Espaço Sonhus, senti a necessidade de realizar algumas considerações: Primeiro o filme é um bom filme, tecnicamente bem elaborado e esteticamente perfeito, sua temática é contemporânea com nossos dias de empoderamento das minorias. Más fiquei com a sensação que tiveram a maioria dos chilenos que assistiram o filme. Porque o filme ganhou o Oscar como Melhor Filme Estrangeiro, analisando os filmes que competiam havia filmes com mais qualidade. Lembrei do filme “Aquarius” do Kleber Mendonça, que colocou a temática do Forte contra o “Fraco”, onde uma grande empreiteira desafia a uma mulher de classe media e suas lembranças familiares. O filme foi motivo de debate acadêmico e de leigos, foi veiculado no momento correto, a saída da Dilma e a entrada de seu sócio e vice Temer. O filme se transformou em uma bandeira de luta momentânea, mas 2 anos depois o filme caiu no esquecimento, ou a memoria é fraca ou nossas bandeiras de luta são momentâneas e de moda. No Festival Internacional da Canção, em 1968, Chico Buarque e Tom Jobim foram vaiados por ganhar o festival com seu “Sabiá” uma obra prima, uma melodia maravilhosa, mas os jovens queriam o premio para Geraldo Vandré e sua “Pra não dizer que não falei das flores”, música que se transformou em um hino de uma geração que enfrentou a ditadura e os anos de chumbo, que aderiu a luta armada e que sacrificou seu futuro e sua vida. Em nossos dias, no Oscar e na cinematografia um discurso ou uma bandeira de luta se transformam em um símbolo mais importante que a qualidade estética e a simples beleza da Arte.

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