SOBRE O CINEMA E CINECLUBISMO EM GOIÁS I

Muitos estudantes de cinema procuram informações sobre cineclubismo em Goiás, tentando realizar uma releitura da produção anterior, onde um dos principais pesquisadores sobre o audiovisual goiano é o realizador Beto Leão. Nascido em 1958, formado em jornalismos pela UFG, cineclubista, escritor, diretor e roteirista de cinema. Referencia local sobre atividade cinematográfica em seus livros, “Goiás no Século do Cinema” junto a Eduardo Benfica, texto que pode ser encontrado na Internet no site mnemocine.com.br, que apresenta um panorama geral sobre o cinema goiano, desde as primeiras salas, como a primeira exibição de cinema no dia 13 de maio de 1909, no Teatro São Joaquim, na capital Vila Boa de Goyaz. Concluindo com as produções cinematográficas locais, realizações de mostras e festivais no Estado. Em 1995, Beto Leão junto Eduardo Benfica realizam “Goiás no Século do Cinema”, editado pela Kelps, fazendo relações com suas leituras e a cronologia do audiovisual goiano. Em 2010, um ano após a sua morte, a Kelps publica, “Centenário do Cinema em Goiás – 1909/2009”.
Em 2018, Túlio Henrique Queiroz e Silva, apresenta sua dissertação de mestrado no programa de Pós-graduação em Historia da UFG, “CINEMA EM GOIÁS, Quando tudo começou... (1960-1970)”, sua investigação recopila a trajetória de três artistas pioneiros na produção cinematográfica em Goiás, Cici Pinheiro, João Bennio e Jocelan Melquíades de Jesus. Os filmes analisados compreendem as décadas de 1960 e 1970, sendo: O Diabo Mora no Sangue (1966), Tempo de Violência (1969), ambos produzidos por Bennio; Simeão, o Boêmio (1970), O Azarento, um Homem de Sorte (1973), dirigidos e produzidos também por Bennio; e A Fraude (1968), dirigido por Jocelan. Em 2013, Gustavo Henrique dos santos Vale, apresenta sua dissertação na Pós-graduação em Antropologia Social da Faculdade de ciências Sociais da UFG com o titulo “ENTRE A HERESIA E A REPRODUÇÃO: EM BUSCA DO CINEMA GOIANO” realizando uma descrição do documentarismo no Brasil e em Goiás, O cenário cinematográfico goiano, descrevendo os atores principais, como a criação da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-GO), a criação do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), o Boom do Audiovisual Brasileiro, o Florescimento do Cenário Cinematográfico Goiano e as plataformas de visibilidade. No seu terceiro capitulo a definição etnográfica do que é “Cinema Goiano” e a busca dele.
Em 2014, Ana Carolina Passos Aun Neves, apresentou sua dissertação na Pós-graduação em historia da Universidade Federal de Uberlândia, com o nome de “SOCIABILIDADE NAS SALAS DE CINEMA DA CIDADE DE GOIÁS (1909-1934)” fazendo uma recopilação histórica dos primeiros anos da exibição cinematográfica na cidade de Goiás. A relação de sociabilidade nas salas de cinema como centro de aglomeração social, cultural e recreativa dos moradores da cidade. Utilizando como referencia os escritos de Beto Leão e Eduardo Benfica.
Sobre cineclubismo especifico, além da pesquisa realizada por Beto Leão, cineclubista militante desde os anos 70, fazendo uma recopilação histórica do Brasil e de Goiás. Em 2017, Marina da Costa Campos, doutoranda em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicação e Artes da universidade de São Paulo, realiza para a revista Significação, número 47, o artigo “Cineclubismo: uma história do Cineclube Antônio das Mortes“, sobre um dos cineclubes mais combativos na ditadura militar, entidade que existiu na cidade de Goiânia entre os anos de 1977 e 1987 e que desenvolveu atividades de exibição e debate, grupos de estudos e produção audiovisual. Marina desenvolve uma investigação coerente e descritiva sobre o Antonio das Mortes.
Sobre manuais cineclubistas encontramos vários modelos, em 2013, Carolina Paraguassú Dayer, apresentou a “Apostila – Oficina de formação Cineclubista” para a Semana de Cineclubismo, Cinema e Educação de Campo Grande. Definições sobre o que é cineclubismo, História do Movimento Cineclubista no Brasil e no Mundo, organização do movimento cineclubista, a ditadura militar – resistência e cineclubismo popular, os anos 80, agonia do movimento e a retomada, O Mercado Audiovisual, Como montar e manter um cineclube, Organizando a equipe e a programação, Acesso a acervos, como fazer a divulgação, Direitos do Público e Direitos Autorais. Em 2017, a União de Cineclubes de Goiânia, apresentou seu “Manual do Curso de Formação Cineclubista”, realizado por Déborah Caroline de Sousa, Francisco Lillo e Rafael Sepúlveda. Apresentando uma Breve historia do Cineclubismo em Goiás, como organizar um Cineclube, uma proposta de Análise Cinematográfica, e o Audiovisual na Educação. Apresentam coordenadas para a criação de Cineclubes no Estado de Goiás.
Sobre a temática do cineclubismo e a imigração podemos encontrar em 2016, o livro não lançado oficialmente, “Cineclube Imigração, A integração entre Chile e Goiás a partir do cinema” escrito por Francisco Lillo, fala sobre a experiência do Cineclube Imigração em seu intuito de integrar o estado de Goiás, com a cinematografia latino-americana e a produção goiana. Na I Semana do Audiovisual da UEG, em 2012, foi apresentado o artigo “Cinema e imigração: as realizações cinematográficas entre Brasil e o Chile”, sobre as relações de amizade entre os países na atualidade, se dão pelo bom desempenho econômico de ambos os países. Esta relação está presente tanto na literatura como no cinema. Este documento intenta fazer uma aproximação dessa relação, enfocando dois momentos importantes, o auge político vivido por muitos brasileiros exilados no Chile e a ditadura militar na década de 70 e a relação dos imigrantes chilenos no Brasil. Finalmente a situação atual com a revisão histórica e a nostalgia dos projetos políticos em comum. O cinema como revisão da história e como nexo entre duas nações que não possuem fronteira territorial, mas que experimentam uma aproximação no processo histórico. Em 2013, no III SAU, “Cine Imigração: Chilenos em Goiânia, uma forma de traspassar as fronteira através do cinema”. A comunidade chilena em Goiânia é numericamente pequena, consta aproximadamente de 100 pessoas entre nativos, esposas e filho. Este número e insignificante se comparado com as comunidades chilenas no resto do Brasil. O cinema tem sido uma das ferramentas utilizadas para integrar e para dar a conhecer a cultura e as manifestações culturais chilenas. O meio de difusão tem sido a realização de ciclos de cinema chileno e manifestações culturais que a fazem parte do mundo cultural goiano.
No blog Uniaocineclubesgoiania.blogspot.com há artigos sobre cineclubismo e educação que permitem uma diversidade de opiniões e comentários das mais diversas atividades e parcerias, tais como, festivais, mostras, encontros cineclubistas, produções goianas, integração internacional e tanto outros temas que podem apresentar o cineclubismo para qualquer pessoa que queira conhecer mais sobre esta atividade do cinema. Em 2017, na Revista Alfa, a estudante de jornalismo da Faculdade Alfa, publicou uma reportagem chamada “Cineclube: Cultura, Educação e Informação” fazendo uma retrospectiva sobre o Cineclube Imigração que atua como disseminador de conhecimento, democracia e coletividade. Em 2018, no Jornal O Popular, foi publicado a reportagem “Cinéfilos apaixonados saem em defesa da sétima arte para manter vivo o cineclubismo em Goiás” realizado pela jornalista Michelle Rabello, fazendo uma panorâmica das atividades do cineclubismo em Goiás, que estão em ascensão e consolidação das atividades a nível nacional.
Em 2018, Christian Oliveira Coelho, da graduação em Museologia da UFG, apresentou sua monografia de Conclusão de Curso com o tema “Você tem medo de que? Uma proposta de exposição museológica para o Goiás Horror Film Festival” um trabalho de um amante do gênero de terror e horror tanto na literatura quanto no cinema, que escolhe trabalhar com o terror com a intenção de mostrar sua profundidade e relevância. Existe uma relação muito íntima entre o medo e a memória, dessa forma o trabalho propõe uma exposição sobre o medo, evidencia as relações entre a realidade e a sétima arte, o medo e a memória, através de uma exposição que possa ser realizada durante o festival de cinema MORCE-GO Vermelho (Goiás Horror Film Festival).
A Revista digital Janela.art.br apresenta um panorama da produção audiovisual no Estado de Goiás, que até 2018 apresentava uma projeção importante pra consolidar nosso estado como um polo de desenvolvimento audiovisual a nível nacional.

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