COMO NOSSOS PAIS DE LAÍS BODANZKY NO CINECLUBE PROVOCAÇÃO
Nesta terça-feira, 18 de fevereiro às 19 horas pelo Canal do Youtube do Cineclube Provocação, debate do filme “Como nossos pais” (2017) de Laís Bodanzky. Um filme sensível sobre o relacionamento entre mãe e filha, as diferenças geracionais, percepções ideológicas e experiências que fizeram dessa relação um abismo que só permite aproximação após descobertas que marcarão a vida de toda a família. Rosa (Maria Ribeiro) uma mulher forte, com um discurso feminista, que passa por um desgaste em seu matrimonio com Dado (Paulo Vilhena), um intelectual ecologista ausente dos sucessos familiares, que enfrenta os conflitos com a filha mais velha Nara (Sophia Valverde) uma pré-adolescente conquistando seu espaço imitando a sua mãe. Clarice (Clarisse Abujamra) e a mãe, intelectual, socióloga e aposentada. Uma mulher dos anos 80, entre a ditadura e a abertura democrática. O retorno da anistia e a retomada das ciências sócias que permitiam um despertar intelectual, sexual e individual.
“Como Nossos Pais” (1976) de Belchior, que foi interpretada maravilhosamente por Elis Regina, a música homônimas ao filme com o refrão final similar a historia dos personagens “Minha dor é perceber/ que apesar de termos feito/ tudo, tudo, tudo, tudo que fizemos/ ainda somos os mesmos/ e vivemos/ ainda somos os mesmos/ e vivemos/ ainda somos/ os mesmos e vivemos/ como os nossos pais”. Tanto no filme como nesta vida real vivemos repetindo os erros que nossos pais fizeram ou repetimos os vícios e costumes de uma vida feita de rotinas e convenções que nos fazem ser aceitos por uma sociedade castradora.
A diretora Laíz Bodanzky é filha de Jorge Bodanzky, cineasta, roteirista e fotografo de ascendência austríaca. Laíz teve aula com Antunes Filho, um dos grandes dramaturgos do Brasil. Estreou com o curta “Cartão Vermelho” selecionado no New York Film Festival em 1995 e reconhecimento nacional pelo filme “Bicho de sete cabeças” (2001) uma coprodução Brasil-Itália. Filme com Rodrigo Santoro e Othon Bastos, que recebeu o premio como melhor filme no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Premio ANDI/Unicef pela infância, prêmios internacionais no Festival de Cartagena, na Colômbia, Festival de Locarno, na Suíça, Festivais na França, Itália, República Dominicana e Equador. O filme “Como nossos Pais” foi seu quarto longa, teve sua première no 67º Festival de Berlim em 2017. Sendo o filme brasileiro mais premiado nesse ano. Em fevereiro de 2019, Laís foi anunciada como a nova presidente do Spcine, empresa municipal de fomento ao audiovisual da cidade de São Paulo.
Assista ao filme de Laíz Bodanzky e acompanhe o debate pelo canal do Youtube do Cineclube Provocação.
https://www.youtube.com/live/g69zY1ofSIY?si=jbbZQzr6VXumGSNN
Como Nossos Pais (1976)
Belchior
Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens
Para abraçar meu irmão
E beijar minha menina na rua
É que se fez o meu lábio
O meu braço e a minha voz
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantado
Como uma nova invenção
Vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro de nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Esta lembrança
É o quadro que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências, as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu 'to por fora
Ou então
Que eu tô inventando
Mas é você que ama o passado
E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem
E hoje eu sei, eu sei
Que quem me deu a ideia
De uma nova consciência
E juventude
Está em casa guardado por Deus
Contando seus metais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais
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